segunda-feira, junho 28, 2010

em três de junho de dois mil e dez

somente para aqueles que acreditam .
para os superlativos ,
e raros.



eu queria todos e todas as pequeninas partes ,os fragmentos do mundo que eu tive a chance de encontrar por onde andei . eu queria todos . agrupados no mesmo espaço mas separados na distância dos corpos especiosos que dançam abaixo das luzes multicoloridas dos lugares da cidade onde ninguém dorme aceitando a vida que é imposta . eu queria cada ser daqueles tantos que eu conheço , mas cada um daqueles que realmente fazem alguma diferença , aqueles que movem o mundo , não só o meu mundo , mas ele todo.
aqueles que me ensinaram , outros que complicaram e causaram certa dor mas que eu não desistiria nunca de estar ao lado: "-eu gosto de estar ao seu lado... "
...por mais um gole , ou por mais um choro . pela última confissão ou pelo primeiro beijo . por noites intermináveis e manhãs bonitas - de garoa ou sol , não importa -, ou por aquelas noites que nos arrependemos pela manhã de ter vivido .

eu nem quero dominar o mundo , para que? mas a ideia de buscar algo sem nome ,algo desconhecido , algo bonito junto com vocês é o que me faz seguir ;
então sigo no foguete amarelo que diz : " - esta noite dominaremos o mundo . "
se dominamos?
eu juro que não sei ...
a certeza que tenho é de que estou cansada em todos os sentidos , cansada de buscar sentidos , e todas as partes de mim gritam estourando as barras de madeira que faltavam ser quebradas de minha gaiola .
quebradas constantemente, assim como as partes de mim que levam embora .
e vem essa vontade de se enveredar por um caminho que ninguém mais conheça .

eu quero ir embora.
me leva embora .

" porque eu só quero parar de fingir não ver no dia um caminho cada vez mais longo . não posso continuar a acreditar que a vida seja algo tão distante ..." dance of days .

quinta-feira, junho 17, 2010

desconsolo .

o gato no sofá , o abajur solitário, o cigarro queimando no cinzeiro, um filme preto-e-branco sem som , eu a escrever em folhas amassadas pelos corpos ...
jogados ao chão misturavam-se os escritos e nós , os escritos sobre nós , que escrevi para nós , sobre as horas em que fomos simplesmentes nós ;
nós atados .

as horas em que o relógio não era capaz de contar . o tempo era sempre nosso .
e agora consome-se o tempo em ausência de corpo e sensibilidade e sentimento .
um beijo seco na Consolação , sem palavras mas ainda assim dizendo :

- não .