Mas eu? Ah, eu estou aqui, no mesmo banco, no mesmo balcão. Com as
garrafas cheias e os copos vazios.
E o coração?
Destruído e depredado, mas vai aguentando o que vier, e o que der. Não têm sido
fáceis esses dias em que procuro teus rastros pela casa, em que procuro suas
lembranças por onde ando. Tem sido difícil, reaprender a sobreviver nesse mundo
hostil. Tem sido árduo todo o caminho que sem querer me leva até você. Tem sido
vergonhoso estar tão perto de você e você nem me perceber. E tem sido,
sobretudo doloroso, apenas querer um olhar, uma palavra e você não me
proporcionar nem o mínimo disso. E me pergunto, "E se eu for embora
daqui?" Te largar sozinho com todas suas certezas? E se eu for e você nem
sentir o que eu sentiria se você se fosse? E meu Deus, ajuda a dissipar todas
as minhas vontades, meus desejos, minhas urgências. Dissipa todo o meu
amor errôneo, toda consideração, toda intensidade que crio ao redor desta
questão. E me tira todo esse medo, toda essa falta de coragem. Tira-me da sua
história, e da sua vida. Não me ofereça mais a oportunidade para que o nosso
encontro seja feito. Você já me fez gastar a voz e as atitudes. Já me tirou de
mim por muitas vezes e por muito tempo. Eu abomino só olhar-te e sentir a
recusa. Eu iria embora se pudesse, mas já nem sei o caminho de casa.
dói nas entranhas,
querer estar e não estar ao mesmo tempo.
mas sei que dei um fim nisso, que sua ausência ou presença não irá afetar meu estado de espirito, nem meu animo, e nem terá influência sobre minhas alegrias ou tristezas,e por fim, me sinto bem.
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