sábado, junho 09, 2012

em seu fim

são paulo, 09/06/2012, e o frio.


deparou-se tola e burra na porta daquele bar.


os sentimentos vividos pela manhã estavam por tragá-la aos poucos.
os e-mails, e as mensagens, e as fotos.
tudo jogado fora, tudo rasgado, tudo limpo.
nenhuma lembrança material que pudesse recordar.
não conseguiria provar a verdade escapando entre seus olhos grandes.


pediu uma dose. e a noite começava,
em seu fim.
as cores iam exaltando-se, e as taças caindo.
derrubando-se e rindo, a todo custo tentava uma forma de fugir daquele estado.
e se parava e aquietava, logo a vontade de chorar voltava.
a impotência diante da situação que vivenciava.
e não falava, não podia falar.
mordaça na boca, e nos sentimentos.
o álcool subindo e ela caindo.


os bancos foram ficando altos e os caminhos tortuosos.
o rosto ia tomando-se daquela vermelhidão característica da embriaguez.


e a vontade de destruir com tudo. de bastar-se para si própria, de não mais precisar.
a carência exacerbada, os braços procurando um corpo, o corpo procurando um afago.
perdida no meio de tanta gente que ela considerava familiar. sentada, sozinha, olhando através da grande vidraça embaçada.


para onde ir ?



"Decidido, eu não volto pra casa
Ao lar, ao corpo e todas as palavras
Que a vontade, conseguir pensar."


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