quarta-feira, dezembro 02, 2009

Tanto e Quanto .

(Para Conchita . )
Quero ver o amanhecer muitas outra vezes com você, na Paulista.Quero muitos porres de vinho,seguidos de poemas de Fernando Pessoa. É o que quero. Estirar-me no chão frio de seu quarto , vendo o teto girar , o corpo amolecer , e apenas ouvir você declamar , com certa moleza na voz, os poemas de Alberto Caiero , e Ricardo Reis , e Álvaro de Campos .
Quero tanto quanto preciso.
Quero tanto.
Tanto quanto antes.
Preciso de nossas loucuras, nossos saltos ás escuras , de risos e sorrisos , de cometer atos impensados , que para nós significam tanto . Quero me atrasar , chega de ter de limitar esse tempo , quero perder o ônibus , quero perder a hora porque não consegui acordar pois dormimos assim que o dia acordara .
Andar sem rumo , sem pretensão , sem esperar nada , sem criar roteiros . Pegar o trem , descer além . Ouvir cores , cheiras sabores , transcender o físico e o impensável.

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