quarta-feira, fevereiro 16, 2011

station to station

E então, como estão e como são as coisas desse lado da plataforma?

Faz frio? Trás angústia? Pois digo angústia porque sinto, entende? Quer dizer, estar indo para o lado oposto é amedrontador.

É um medo de não saber ordenar os passos, um medo de me perder, pegar o metrô errado, e depois o trem, e ir parar longe.

E se eu dormir? Me diz se eu dormir, o que acontecerá?

Vou perder a estação, o local combinado, vou ir parar longe também, não é?

Então diga-me que o caminho é seguro, e que você sabe para onde está indo.

Mas me diz a verdade! Diz que eu quero acreditar, que também está perdido e precisa se encontrar,

Quer um porto para ancorar...

Diz que o encontro, o porto, é tudo que procuras nesse subsolo frio, quieto, cheio de antipatia,

Cheio de pressa, de gente,

São Paulo.

É vazio, é o buraco, é fim.

 

Um comentário:

  1. Acabei de ler, tenho que comentar! Você está sempre indo de uma estação a outra, ou de um lugar a outro, mas o que você queria mesmo era um lugar onde você pudesse parar, descansar ou relaxar... Creio que a palavra mais acertada seja relaxar... E é uma vida agitada (São Paulo), como mta gente (mas você só espera encontrar de verdade uma única pessoa, mesmo andando entre tanta gente). Bem... você espera encontrar alguém diferente de todas essas pessoas que você vê em toda parte, todos os dias, e a ironia é que você está em São Paulo, onde há tanta gente. Espero que encontre. Tenha um ótimo dia, Mariana! ;)

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