terça-feira, dezembro 27, 2011

que morria.

então você está ali parado, encostado na porta verde de ferro, esperando alguém com algo além.
ninguém vem.
exceto a mãe de seu amigo que parou e lhe deu uma rosa.
escuro se torna, o dia morre, e você se encontra sentado no chão de ladrilhos verdes do banheiro dela. marlboro queimando entre os dedos trêmulos, frágeis.
o cérebro se comprimindo. respira, sôfrega.
"saia sua maldita da minha mente!"
deu vontade de gritar no pequeno espaço, mas era noite que morria e nascia em madrugada, e ai se calava, diante do desespero do último e escasso gole.
"acabou."
a última sensação de segurança se foi, no vento em pequeninos grãos de poeira.

02/02/2011

3 comentários:

  1. Mariana, deliciosa narrativa. Estive contigo desde a porta verde até o último gole de desesperança. Abraço do blogueiro visitante! Feliz 2012!

    “Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso.”
    (@JefhcardosoReal)

    Convido para leia e comente no http://jefhcardoso.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Tão frágil, mas tão poético. Sentir um pouco de angustia ao ler esse texto, sabes passar sentimentos pelas palavras, parabéns.

    ResponderExcluir